quinta-feira, 19 de julho de 2012

No interior do cubo branco


O’DOHERTY, Brian. No interior do cubo branco: A ideologia do Espaço da Arte. Brian O’Doherty. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

A introdução e o capítulo 1 do livro “No interior do cubo branco: A ideologia do espaço de arte” do autor Brian O’Doherty aborda o surgimento do Cubo Branco, como o espaço expositivo propício para sustentar as obras modernas.

Um espaço com paredes brancas que isola todo o mundo, a vida e seus hábitos sociais e trancafia as obras nessa “igreja medieval”, local solene e sagrado. As obras agora são eternas e além do tempo, se distanciam até mesmo dos seres humanos, são divinas.

Ao mesmo tempo, vemos um percurso inverso, um momento em que o museu quis abrir suas portas e conversar com o mundo, porém algumas das instituições que optaram pela quebra do conceito “cubo branco” acabaram regredindo ao mesmo quando se depararam com a conservação das obras, que em contato com o clima, a luz e outras intempéries se deterioram mais rapidamente.

A grande questão contemporânea é como lidar com as obras cada vez mais efêmeras que vêm surgindo, decorrentes do próprio contexto atual em que o acúmulo de informações é tanto que não temos como armazenar e a própria sustentabilidade, é impossível que a situação em que vivemos não influencie esses artistas. O museu idealiza se tornar um lugar de convívio comum, de aprendizado e de lazer, de discussão, sagrado apenas por agregar num mesmo espaço a vida humana.

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