O’DOHERTY, Brian. No interior do cubo branco: A ideologia do Espaço da Arte. Brian
O’Doherty. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
A introdução e o capítulo 1 do livro “No
interior do cubo branco: A ideologia do espaço de arte” do autor Brian
O’Doherty aborda o surgimento do Cubo Branco, como o espaço expositivo propício
para sustentar as obras modernas.
Um espaço com paredes brancas que isola todo
o mundo, a vida e seus hábitos sociais e trancafia as obras nessa “igreja
medieval”, local solene e sagrado. As obras agora são eternas e além do tempo,
se distanciam até mesmo dos seres humanos, são divinas.
Ao mesmo tempo, vemos um percurso inverso, um
momento em que o museu quis abrir suas portas e conversar com o mundo, porém
algumas das instituições que optaram pela quebra do conceito “cubo branco”
acabaram regredindo ao mesmo quando se depararam com a conservação das obras,
que em contato com o clima, a luz e outras intempéries se deterioram mais
rapidamente.
A grande questão contemporânea é como lidar
com as obras cada vez mais efêmeras que vêm surgindo, decorrentes do próprio
contexto atual em que o acúmulo de informações é tanto que não temos como
armazenar e a própria sustentabilidade, é impossível que a situação em que
vivemos não influencie esses artistas. O museu idealiza se tornar um lugar de
convívio comum, de aprendizado e de lazer, de discussão, sagrado apenas por
agregar num mesmo espaço a vida humana.
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