terça-feira, 31 de julho de 2012

Arte no Brasil 1950-2000: Movimentos e Meios

COSTA, Cacilda Teixeira da. Arte no Brasil 1950-2000: Movimentos e Meios. São Paulo: Alameda, 2004.
Cacilda Teixeira da Costa vive em São Paulo. Doutora pela Universidade de São Paulo, Cacilda Teixeira é especialista em arte moderna e contemporânea no Brasil. Dentre as atividades que exerceu, destacam-se: coordenadora do setor de vídeo-arte Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Curadora do setor de vídeo-arte na XVI Bienal de São Paulo, Chefe de programação da Divisão de Artes Plásticas do Centro Cultural São Paulo, Diretora técnica Museu de Arte Moderna de São Paulo, Curadora independente de várias exposições; Consultora das séries “Arte e Matemática” e “Grandes Mestres” na TV Cultura São Paulo; co-autora de “Todo passado dentro do presente” série de programas para televisão. Autora de várias obras como “O sonho e a técnica, Arquitetura de ferro no Brasil”- vencedor do Prêmio Jabuti 1995. 1

O capítulo “Novas Figurações / Pop Art” do livro “Arte no Brasil 1950-2000: Movimentos e Meios” da escritora Cacilda Teixeira da Costa trata do surgimento do Pop Art no ano de 1950 na Inglaterra. Porém foi em Nova York que a Pop Art se destacou, se espalhando pelo Estados Unidos e dai para o mundo. Em 1963 e 1965, a Pop Art chega ao Brasil pelo movimento argentino Otra Figuración que com duas exposições no Rio de Janeiro semearam uma “semente” que criaria características únicas em nosso país.
Segundo Cacilda Teixeira da Costa, a Pop Art chega num momento que a arte estava extremamente individual e subjetiva. A Pop Art trouxe a figuração de volta a cena, evocando o imaginário do povo, principalmente do sujeito de classe média urbana. Cita em:

[...] Longe de ser uma representação realista dos objetos e conteúdos, mostrava a interação do homem com a sociedade por meio de sua relação com as linguagens, isto é, com as formas de transmissão dos conteúdos socias pela mídia. (COSTA, 2004, pág. 24)

Nos Estados Unidos a Pop Art usa dos meios de comunicação de massa, como os quadrinhos, o cinema, bandeiras, embalagens e objetos do cotidiano, para estabelecer uma relação com a sociedade da época, retratam o consumismo e o poder da mídia. No Brasil a Pop Art absorveu outras vertentes por causa do momento político do país, a ditadura. Explica em:

[...] No Brasil, por exemplo, a volta à figuração teve muitos matizes. Sofreu influência das produções concreta e neoconcreta que a precederam e demonstrou, principalmente depois de 1964, uma conexão profunda com o momento político e social do país, desvinculando-se da Pop art norte-americana. (COSTA, 2004, pág. 24 e 25
A Pop Art Brasileira foi uma experiência que mudou o uso do materiais e a poética de muitos artistas naqueles “anos de chumbo”. Artistas de diferentes vertentes se uniram numa única causa, cada qual ao seu modo de se expressar. Conforme:
Caracterizado estruturalmente pela dualidade entre uma força anárquica de negação, destruidora das formas existentes, e outra formadora, que tende a contruir novas organizações artísticas, o espírito pop teve um papel determinante na introdução de atitudes expressivas desse embate, como o uso de material pré-codificado, as apropriações, a ideia de interação com o público e uma evidente postura crítica. [...] (COSTA, 2004, pág. 25)
Na minha opinião, a Pop Art no Brasil foi inovadora no sentido de quebrar esteriótipos que os artistas tinham com relação a técnica e ao estilo. A liberdade criativa foi manifestada de forma única, a experimentação de novos materias e suportes superou em muito a Pop Art norte-americana.

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1 – Espaço de Cultura Contemporânea Escola São Paulo. Disponível em http://www.escolasaopaulo.org/quem/cacilda-teixeira-da-costa, acesso em 01 de Set. 2011.

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