segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Pios, só pios

Ave de porte variado

De perna pelada e bico vermelho

Passeia por livros do Jorge Amado

Vira e mexe olha-se no espelho


Semelhante aos pombos de praça

Comem na mão de velhinhos desonestos

Não importa o que faça

Creem nas palavras de Arnesto


Acasalam sem mesmo amar

Sobrevivem? Sobras vivem

Sorte? Só conhecem o azar

Acuda! Mas não há ninguém


Nas noites frias do mundo

Piam tristes ao relento

Na cama de um vagabundo

Fingem orgasmos para o sustento

Vita et Mors

O fio de linha que sustenta a vida desenrola-se em tramas fluídas até os rígidos emaranhados da morte.


Compartilham desde o início um casamento vitalício selado em branco e preto.


A inexistência de uma, gera o nascimento da outra. É um morrer na vida, um nascer na morte.


O nó que une as duas é tão tênue que não se distingue quando uma acaba ou quando a outra começa.


Nascemos morrendo. Vivemos morrendo.



*Trabalho elaborado para a matéria Plástica/Curso Artes Visuais


*Material: Linha e Papel