segunda-feira, 30 de julho de 2012

Arte Moderna

FABRIS, Annateresa. Arte Moderna: Algumas Considerações. In: Bibliografia Comentada – Arte Moderna. Annateresa Fabris; Silvana Zimmermann. São Paulo: Experimento, 2001.

Annateresa Fabris é professora titular na USP (Universidade de São Paulo) e possui um vasto conhecimento sobre os temas: fotografia, surrealismo, pintura, Portinari e modernidade. Academicamente possui graduação em História pela USP (1969), mestrado em Artes pela USP (1977) e doutorado em Artes pela USP (1984) A ARTE MODERNA NA EUROPA (2010) - Autor
IMAGEM E PERSUASÃO (2004) - Autor
CLÁSSICO ANTICLÁSSICO (1999) - Autor
ARTE MODERNA (1992) - Autor
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No capítulo “Arte Moderna: Algumas Considerações” do livro “Bibliografia Comentada – Arte Moderna”, Fabris aborda os conflitos da Arte Moderna, tratando principalmente do Impressionismo e esse novo momento da arte contextualizado com a Revolução Industrial, a Revolução Francesa e os ideiais filosóficos e científicos da época.

Segundo Fabris, a Revolução Francesa (1789) e a Revolução Industrial (1874) são a base da atitude autônoma da arte. Essas revoluções desencadearam transformações principalmente na visão de mundo do ser humano, agora cercado por máquinas que produzem numa grande velocidade, girando as engrenagens do capitalismo para manter o estado burguês. Explica em:

[...] A vida social torna-se essencialmente mutação; os costumes e a cultura tradicional entram em colapso, confrontados com o fenômeno da moda, com a negação das experiências anteriores, com a radicalização das posturas políticas, fontes de conflitos e de lutas. (FABRIS, 2001, pág. 16)

Fabris aponta as mudanças na concepção de uma obra de arte e o efeito ocasionado por tais mudanças. Para alguns artistas, a legitimidade com aquilo que vê não é mais o que importa, a arte passa a tratar dela mesma e deixa o público chocado, suscitando críticas apoiadas em teorias sociais, como a Teoria da Degenerescência de Max Nordau em que afirma que os artistas constituem um perigo para a sociedade. Conforme:

[...] os degenerados não deveriam ser procurados apenas entre os criminosos, as prostitutas, os anarquistas e os lunáticos, mas também entre os “autores” e os “artistas”. Se o artista quisesse salvar-se deveria abraçar a lógica das ciências naturais, pois elas apontavam o caminho para a conservação e para o bom uso da energia (Mentiras aceitas sobre a nossa civilização, 1883). [...] (FABRIS, 2001, pág. 20)

A partir disso, Fabris distingue duas vertentes de arte: o Realismo Burguês ou Pintura Pompier, apoiado nas regras e preceitos clássicos, embasada na linha; e o Impressionismo, anti-clássico, científico, representante da grande ruptura linear e não-emotivo. Então, haviam os que se acomodavam no aconchegante passado e aqueles que se lançavam para o desconhecido futuro, ou melhor, que vivenciaram o tempo de mudanças que estava ocorrendo. Define:

[...] O Impressionismo da pintura pompier é o avesso especular das pesquisas de Monet e de seus companheiros. Se estas o que importa é a tradução de uma nova percepção de luz, que faz desvanescer as formas, dissolve o mundo, converte tudo em reflexo, o ar livre da pintura pompier exibe formas sólidas e lineares, como que para confirmar uma realidade estável e harmoniosa, mesmo encenada e teatral. (FABRIS, 2001, pág. 22)

Arte, ciência e política sempre caminharam juntas e o capítulo “Arte Moderna: Algumas Considerações” do livro “Bibliografia Comentada – Arte Moderna” da Annateresa Fabris traz à tona toda essa movimentação referente à um tempo/espaço que serviu de estopim para revoluções vanguardistas a posteriori.

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1 – Companhia das Letras. Giulio Carlo Argan. Disponível em http://www.companhiadasletras.com.br/autor.php?codigo=00018, acesso em 07 Nov. 2011

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