Sentado no corredor, lendo Dawkins ao som da sinfonia dos graves de motores da D. Pedro I, misturados as batidas base da velha geladeira enferrujada e os estridentes grasnidos que talvez sejam os últimos do pobre animal que agoniza à espera da morte.Foto: Márcio Marcelo Bueno
Além de sinos, cachorros, água gritando no cano da torneira e quem diria, um pássaro cantando às 3:00H da manhã.
Se escrevo este horário porque um pássaro não pode cantar? Afinal, não é tão surpreendente assim. Talvez o mais incrível seja a falta de atenção naquilo que leio, não controlar minha mente desvairada é uma perda de tempo.
Penso nas luzes natalinas que tocam meu teto toda noite e que provavelmente são as últimas coisas que vejo de olhos abertos, invadem meu quarto através da persiana e dançam notas de uma cantiga de ninar.
Gosto de uma recordação em especial, meu pai cantando uma música que falava de um homem indo a seu trabalho e ao descer do ônibus ou trêm, sua marmita sai rolando. Se alguém souber que música é esta, me diga, pois, os lábios que o cantaram jazem à sete palmos, abafados pela terra.
Amei Luiz, com certeza muito profundo! É magnífico a forma como vc sintetiza uma simples madrugada e transforma em algo tão poético. Acredito que esse é o segredo da felicidade: ver a beleza nas coisas simples da vida.
ResponderExcluirParabéns pelo seus textos, amo todos (e vc sabe q eu acompanho cada postagem sua!)
Noturnamente poetico...
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