segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Occupation 101

O que sabemos sobre a atual situação da Palestina? Somente o que a mídia expõe, certo? Serão os palestinos, um bando de terroristas que lutam por uma terra dita santa?
Occupation 101 é mais um documentário que revela a verdadeira história por trás daquilo que pensamos ser real. O filme conta como surgiu o estado de Israel e os fatores que levaram ao caos que o país está agora.
No fim do séc. XIX, a população judia na Palestina era mínima, em decorrência do desejo da criação de um estado judeu, o êxodo judeu para a Palestina era inevitável, dava-se início ao estado de Israel.
Um dos maiores fluxos de imigrantes para o país foi na 2ª Guerra Mundial, expulsos do seu país por Adolf Hitler, os judeus começaram uma ocupação na Palestina. Inicialmente pacífica e mantendo uma boa relação entre os palestinos, mas se tornando agressiva a partir do que chamam Sionismo.Foto: almiraatblog.wordpress.com
Intifada é um termo que pode ser traduzido como "revolta", geralmente usada contra governos opressores. Os palestinos em suas intifadas enfrentam tanques de guerra com a única arma que tem, apenas pedras.

O Sionismo é um movimento político e filosófico que defende a autodeterminação e um estado puramente judeu em um lugar onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel.
Desde então, os palestinos, verdadeiros donos daquela região passaram a ser tratados como uma praga a ser eliminada.Foto: pakpassion.net

Vivem numa disparidade, de um lado judeus com piscinas, casas de luxo e uma vida justa. Do outro, palestinos que sobrevivem com uma miséria, desemprego, comida e água racionada.
O mais triste é ver crianças sendo mortas, e as que sobrevivem não sabem nem mais o que é infância. Tem medo de ir à escola e quando voltar, ver suas casas destruídas, são pequenos adultos que se tornaram assim diante da realidade em que vivem.Foto: imeu.net

Assistam ao filme, tirem suas conclusões e mostre para outras pessoas, espalhem esta trágica, porém verdadeira história. Talvez pareça pouco, mas, a informação difundida pelo mundo já é um grande passo, a conscientização.


Primeira foto: cinemadejunkie.blogspot.com

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Milagres do “Santo Violeiro”

Muita dança, reza e fé no IV Encontro de São Gonçalo do Revelando São Paulo Entre Serras e Águas de Atibaia

A fé do povo manifestada em forma de dança, foi o que aconteceu no dia 7 de Janeiro no IV Encontro de São Gonçalo do 4º Revelando São Paulo Entre Serras e Águas de Atibaia, realizado no Parque Edmundo Zanoni.

Dentre os grupos presentes estava o Grupo de São Gonçalo de Cajamar, que já está há 15 anos louvando ao “Santo Violeiro” e tem como alguns dos integrantes Francisco Sampaio de Assis (Chico Viola) de 60 anos e Rosalina de Oliveira Lopes Leite de 54 anos, que já se apresentaram no dia 6 de Janeiro com o Duo Cajamar.

Chico Viola

Efigênia Ambrósio, aposentada de 76 anos, carregava o estandarte de São Gonçalo e demonstrou toda sua gratidão a São Gonçalo no fim da dança, onde falou de seu milagre alcançado. “Eu era aleijada, eu não andava. Minhas pernas eram presas, eu não levava as pernas para lugar nenhum”, conta Efigênia Ambrósio que nunca procurou um médico para saber o que tinha.

Se arrastando pela feira de Cajamar com muita dor, Augusto Ambrósio lhe aconselha a fazer uma Reza de São Gonçalo. “Depois fui para casa, tomei um banho, passei uns “negócios” na perna e fui dormir. Levantei no outro dia, fui na padaria e não sentia minhas pernas, quando eu desci o primeiro degrau e senti, daí eu pulava e chorava. Ganhei minhas pernas! Todos vieram me perguntar, o que aconteceu com a senhora? Eu ganhei minhas pernas, faz tanto tempo que não as tenho”, relata o milagre alcançado, Efigênia Ambrósio.

Após o milagre, Efigênia Ambrósio pagou sua promessa realizando uma Reza de São Gonçalo. “Estava uma chuva, batemos catira até as 7 horas da manhã”, diz com orgulho.

Há 20 anos, Efigênia Ambrósio dança para São Gonçalo e há algum tempo segura a bandeira. “Eu tenho muita fé, muita fé mesmo. A fé move montanhas”, enfatiza Efigênia Ambrósio.

Da esq. p/ a dir. Francisca, Célia (filha de Efigênia), Éder (Neto de Efigênia), Efigênia e Chico Viola (Francisco Sampaio de Assis)

Benedito Soares da Silva é violeiro e participa do Grupo de São Gonçalo de Cajamar, da Folia de Reis e tem uma dupla que se chama, Tião Moraes e Andradence. Na dupla, Benedito Moraes é “Andradence”, referência a cidade de Andrade-MG, onde morou por algum tempo. Compõe suas próprias músicas, faz parte do conselho de Cultura de Cajamar e já participou de um grupo de teatro da 3ª idade.

Desde pequeno, Benedito Soares já dançava em Rezas de São Gonçalo, mas como violeiro ainda é algo recente, começou em 2004. “O instrumento, meus irmãos eram violeiros, eu sempre cantava com eles, depois eu fui para o Paraná e comprei um violão. Este violão que está aqui eu ganhei numa rifa, é um violão bom, toquei no rádio com ele. Tem bastante violão que já passou na minha mão e agora eu também conserto instrumentos. Tenho seis violas em casa, dois violões e dois cavaquinhos”, explica seu contato com a música, Benedito Soares.

Quanto a Dança de São Gonçalo, Benedito Soares diz, “É uma religião, São Gonçalo nasceu em Portugal. Em Cajamar dançavam até com prego no sapato, as mulheres da “vida” que entravam, depois arrumavam até marido e seguiam sua vida normalmente, São Gonçalo é milagroso”, relata.

Versos de Benedito Soares da Silva à São Gonçalo

“São Gonçalo é festejado no dia 10 de Janeiro

O dia que faleceu o Santo Casamenteiro.”

“São Gonçalo tocava viola

Quatro mulher de lado à lado

Com lindo arco na mão

Este é o grande passado.”


Mais Fotos

sábado, 15 de janeiro de 2011

Um duo de três

No repique da viola, se apresentaram no dia 6 de Janeiro no IV Encontro de Violeiros do IV Revelando São Paulo Entre Serras e Águas de Atibaia, violeiros de Atibaia e Cajamar que trouxeram um pouco do sertão ao Parque Edmundo Zanoni.

Dentre os muitos violeiros que se apresentaram, apenas uma dupla era de Atibaia, Toni e Toninho. O restante era da cidade de Cajamar, como o trio "Duo Cajamar".

Cajamar faz parte da grande São Paulo, com uma média de 70 mil habitantes, a cidade ostenta o título de possuir o segundo maior rodeio do país, ficando atrás apenas de Barretos e no ranking mundial, Cajamar ocupa o terceiro lugar.

Com arenas lotadas ou “boiódromos” como chamam o povo de lá, o rodeio atrai uma outra atividade, a música caipira. “Tem muitos violeiros por que o povo gosta, tem a tradição da festa do peão e festa do peão tem sempre violeiro e música sertaneja”, explica a monitora de creche Rosalina de Oliveira Lopes Leite de 54 anos do Duo Cajamar. “Muitos violeiros se inscreveram e não puderam vir, então estes que estão aqui são aposentados, não estão trabalhando e puderam vir, senão aqui era para ter umas 15 duplas de Cajamar”, ressalta o quão forte é a tradição da viola em sua cidade, Rosalina de Oliveira.

Quando pequena, Rosalina de Oliveira veio do Mato Grosso para o Estado de São Paulo, onde após passar por várias cidades, fixa-se em Cajamar, no ano de 1970. Como conseqüência do destino, veio a conhecer seu grande amor e posteriormente parceiro no Duo Cajamar, José Ribeiro de Leite, atualmente com 74 anos e aposentado.

Em 1990, numa viagem ao Mato Grosso, o casal descobre que além de unidos no matrimônio também poderiam se unir pela música. "No caminho fomos ouvindo umas fitas de sertanejo raiz e cantando, e meu marido disse "oh bem, sua voz casa direitinho com a minha, que tal montarmos uma dupla" e estamos aí até hoje", revela Rosalina de Oliveira.

Rosalina de Oliveira mesmo afastada do trabalho à 3 meses, devido a uma operação na garganta, não hesitou em vir se apresenta no Revelando. “Eu canto por que eu amo demais o sertanejo”, afirma.

O Duo Cajamar, apesar do nome, tem um terceiro integrante, Francisco Sampaio de Assis, conhecido como “Chico Viola”, tem 60 anos e é mestre de obras. Também se apresentou com sua dupla, Jambo e Chico Viola. “O Francisco nós conhecemos ele num grupo de São Gonçalo que tem em Cajamar. Ele era o vice-presidente do grupo e fomos a uma reunião, ele nos chamou para participar e nós o convidamos para tocar conosco”, explica Rosalina de Oliveira. “Sempre tocamos juntos, aonde vai um, vai os três!”, demonstra a relação de companheirismo no Duo Cajamar.

Chico Viola

Jambo e Chico Viola

Seja bares, festas ou eventos, o Duo Cajamar leva consigo boas histórias, a música raiz e tradicional, como: Tonico e Tinoco, e Tião Carreiro e Pardinho.

Como é boa a sensação de cair na estrada, deixar para trás os problemas e sentir a liberdade assoprando em seus ouvidos doces melodias caipiras, do velho toca-fitas que com o solavanco de buracos, enrosca a fita emitindo grasnidos como remixes, é o DJ rotineiro que chamamos vida. Seja em Atibaia ou Cajamar, o repique da viola despertará sempre dentro de cada um, o caipira, a raiz que mesmo nas capitais não se desprende da terra.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Texto Indefinido Egocêntrico Descritivo

Sentado no corredor, lendo Dawkins ao som da sinfonia dos graves de motores da D. Pedro I, misturados as batidas base da velha geladeira enferrujada e os estridentes grasnidos que talvez sejam os últimos do pobre animal que agoniza à espera da morte.Foto: Márcio Marcelo Bueno

Além de sinos, cachorros, água gritando no cano da torneira e quem diria, um pássaro cantando às 3:00H da manhã.

Se escrevo este horário porque um pássaro não pode cantar? Afinal, não é tão surpreendente assim. Talvez o mais incrível seja a falta de atenção naquilo que leio, não controlar minha mente desvairada é uma perda de tempo.
Penso nas luzes natalinas que tocam meu teto toda noite e que provavelmente são as últimas coisas que vejo de olhos abertos, invadem meu quarto através da persiana e dançam notas de uma cantiga de ninar.
Gosto de uma recordação em especial, meu pai cantando uma música que falava de um homem indo a seu trabalho e ao descer do ônibus ou trêm, sua marmita sai rolando. Se alguém souber que música é esta, me diga, pois, os lábios que o cantaram jazem à sete palmos, abafados pela terra.
Terra, aprecio muito as pessoas simples, aquelas que me contam histórias lá meio do sertão, de carroças, cachorros humanos e pornochanchadas, uma simplicidade que para ouvidos astutos se tornam poesia.
Dormir, acho que hoje o farei ao som da sinfonia, uma marcha fúnebre, talvez o gato não sobreviva, mas torço pela vida, pois, seu contrário já me levou momentos que nunca existirão.