sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mitos e Lendas: Anfíbios e Répteis

O folclore agrega a cultura informal espontânea, a cultura erudita e a cultura popular.
Com base na palestra do Curso de Folclore do Ponto de Cultura de Joanópolis com o projeto "Ora Viva São Gonçalo" no qual o palestrante do dia foi Maria do Rosário Tavares de Lima, volto a falar de mitos e lendas, onde já falei sobre mitos ligados a fertilidade, mitos modernos, religiosos e o Saci, esta é a terceira parte destas postagens mitológicas, onde falarei sobre mitos ligados a anfíbios e répteis.

Salamandras
Na Europa e nos Estados Unidos se concentram a grande maioria dos mitos e magias referentes as salamandras, pois, no Brasil temos apenas uma única espécie e que se encontra no norte do país—Bolitoglossa paraensis.No Brasil, surgi o mito de que salamandra gosta de fogo e que não se queima ao andar por ele, induzido pelo fato de que salamandras gostam de lugares úmidos, principalmente lenhas, das quais ao serem colocadas no fogo, as salamandras fogem de lá para não serem queimadas.
Existem até orações e encantamentos do mito da salamandra, como a Oração da Salamandra (Exoterismo).

Sapos
Em vários lugares encontramos fontes artificiais com esculturas de sapos, pensam que é por que sapo gosta de água e na verdade ele é ingrediente principal da bruxaria, feitiçaria e magia.Encontramos sapos até nos Contos de Fada, na sua forma erótica (a grande maioria dos contos de fada antigos tinham um lado erótico e as vezes até cruéis e nada honestos, pois, o conceito de infância como temos hoje pensando na inocência da criança não existia naquela época, afinal, quem nunca achou a Chapéuzinho Vermelho um tanto "safadinha" em sua conversa com o Lobo-Mau), o sapo que vira príncipe e a crença mais conhecida é a de que sapo chama chuva com o seu coachar e no entanto ele coacha, pois, sente a humidade do ar.As estórias de sapos são várias, em Joanópolis, conta-se que mulheres ao pularem por cima de um sapo, engravidavam e o filho nascia meio sapo e meio homem, segundo o folclorista joanopolitano Valter Cassalho, essas crianças sapo tinham na verdade anencefalia, onde suas principais características são de que o feto sofre uma má formação durante um determinado período da gestação e nasce com pouco tempo de vida, com os braços finos, sem uma parte do cérebro (o encéfalo, responsável pelo sistema nervoso, no caso de encefalia nasce com ausência parcial deste) e ausência parcial da calota craniana (o que deixa seu cérebro exposto) e se colocado de bruços, realmente lembra um sapo, em Joanópolis-SP é causada pela proximidade sanguínea (o que acontece em muitas cidades do interior por serem pequenas) e em Cubatão, bairro de Santos-SP, ocasionado pela poluição.
Cobras
O Instituto de São José dos Campos realizou uma pesquisa sobre o Folclore da Cobra e a infinidade de dados encontrados a respeito é gigantesca.
A cobra carrega consigo uma simbologia muito grande, na antiguidade era o símbolo da realeza e seu mito atravessou séculos, chegando até nós.No México temos uma serpente, uma divindade com asas e plumas semelhante a que encontramos em Bom Jesus da Lapa-BA, cuja lenda é a seguinte, o pároco da cidade dizia que a cobra era encarnação do demônio e junto com a população, rezavam toda noite e a cada dia que passava ela perdia uma pena, após anos a cobra morreu.
A princesa encantada do Jericoacoara (mito da praia do Jericoacoara), conta a lenda de que é uma princesa muito bonita, mas, que foi amaldiçoada e ficou com corpo de serpente e cabeça e pés femininos e que mora numa gruta, para quebrar o encanto um jovem tem que se apaixonar por ela."Doravante rastejarás", assim é dito no livro de Gênese, da Bíblia, em nenhum momento diz que o animal referido é uma cobra, mal sabiam da Teoria da Evolução, o qual se aplica nesse caso, pois, antigamente este animal possuía pálpebras e pernas, mas, com a mudança da geografia de onde habitava, foi atrapalhando sua locomoção e a seleção natural cuidou do resto.Dizem que a cobra é tão maudosa que mesmo morta ele ainda injeta veneno, pois, o veneno fica no dente de seu esqueleto e se pisar em cima ele ainda tem efeito, existem cobras que produzem ovos e aquelas que tem seus filhotes na própria barriga.
O símbolo circular da cobra engolindo o próprio rabo é o símbolo do infinito (Ouroboros) e também representa o ato sexual, a fertilidade e a reprodução e deste símbolo veio a Aliança (aquela trocada nos casamentos), representando a fidelidade.
O assunto está bom, mas, vou deixá-los anciosos mais uma vez, pois, na próxima postagem vou falar sobre o mito mais antigo da humanidade civilizada. Folk You One More Time!

Um comentário:

  1. Oi! de onde conseguiu o desenho do sapo com chapeu de bruxa?! queria falar com o autor...
    pode me escrever: toledolf2@yahoo.com

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