sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Mochileiros pelo sul: Gramado

... e eis que chegamos na rodoviária e ... logo fomos ao balcão perguntar se dali saía ônibus para Curitiba para já ficarmos informados, a moça (Priscila, este é o nome dela, logo mais o leitor ouvirá falar novamente sobre esta misteriosa personagem) disse que sim e aí ficamos aliviados.
A rodoviária era de madeira e lembrava muito rodoviárias de cidades pequenas americanas e europeias.
Ao sair da rodoviária caía uma garoa bem leve e havia brisa suave que fazia minha touca peruana balançar. Caminhando, observavamos boquiabertos os hoteis e estabelecimentos belíssimos que víamos, os postes com "design" antigo, os termômetros, os enfeites natalinos, as pessoas sorridentes com seus casacos de frio (incrível, parecia que em Gramado todo mundo era feliz), a loja de relógios cucos, as placas das ruas feitas em madeira e muito mais fatos que meu celular começava a registrar.
Andamos até o centro, lá havia uma igreja católica toda de pedra em estilo gótico, um jardim logo a frente e do lado da igreja o salão de eventos onde ocorre o Festival de Cinema.
Estávamos primeiramente procurando um lugar para ficar, pegamos a rua lateral à igreja (neste momento alguns velhinhos comentaram que a cidade estava ficando mais perigosa) onde tinha várias renas, cada uma por um empresa ou estabelecimento da cidade, pegamos a direita no fim da rua, e continuamos em frente. Andamos e andamos, os hoteis que achavamos eram muito caros e os baratos já estavam ocupados. Perguntamos a um cara (detalhe sinistro: ele tinha uma suástica tatuada na mão) que vimos na rua se ele sabia de algum lugar, ele indicou um caminho mas não achamos nada. Passamos numa loja de usados muito folk. Já estavamos exaustos e com fome, resolvemos comer num lugar que eu tinha visto e já haviamos pedido informação lá, mas o local indicado estava lotado, o preço era R$ 5,00 apenas "a la minuto", comi arroz, macarrão, salada, bife e o maravilhoso feijão preto gaúcho que comemos em todos os lugares por onde passamos.
Ao sairmos perguntamos novamente ao dono do restaurante se ele não sabia de outro hotel, ele falou sobre a Pensão Piratini e nos explicou como chegar lá.
Então fomos para lá, descemos e descemos, é incrível que em Gramado todas as casas tem um um estilo europeu e mesmo as mais humildes são muito bem cuidadas.
A pensão ficava bem no final do bairro Piratini, quando chegamos tivemos que esperar um pouco por que os donos haviam saído. Depois de um tempo uma moça chegou, após conversarmos ela resolveu cobrar R$ 20,00 de cada e já deixamos pago.
A pensão não era muito bonita, pois, ainda estava em construção, mas havia o essencial: banheiro, água quente, camas limpas; afinal nem íamos passar muito tempo na pensão.
Tomamos um banho, nos arrumamos e saímos desfrutar mais do centro, afinal era época de natal e em Gramado acontece o Natal Luz. Passamos na rodoviária e já compramos nossas passagens para Curitiba com a Priscila, assim já ficamos mais aliviados.
Vimos a programação do evento e o próximo era as 19:00H, resolvemos explorar a cidade enquanto isto, andamos e fotografamos muito.
Fomos a Prawer, uma loja cheia de chocolates (parecia a casa de doces da bruxa de João e Maria). Havia vários doces e chocolates de todos os tipos, claro, compramos várias trufas e barras de chocolate, a moça nos mostrou onde ia ser o Nativitaten e fomos comer em uns banquinhos de madeira.
Voltamos ao centro, fomos a igreja que estava toda decorada e vimos a Árvore Cantante, um coral que ficava em uma árvore de natal e era regida por alguns músicos instrumentistas. Cantaram canções natalinas em inglês, alemão, latim e é claro, português.
A noite caía e resolvemos comprar um cachorro quente e comer na arquibancada próximo a uma das árvores de natal que era central.
Comemos e esperamos pelo Acendimento das Luzes, eis que começa uma música a tocar e luzes começam a piscar de diferentes formas e cores, as pessoas no meio da rua de boca aberta com tamanha beleza, uma apresentação fantástica.
Após o acendimento fomos ao Lago Joaquina Rita Bier (pelo menos depois de acharmos o caminho certo, já que eu fiz nós nos perdermos), chegamos atrasados e já estava no meio do espetáculo, descemos até próximo do lago e assistimos ao Nativitaten, um show de luzes, fogo, fogos de artifício e música erudita que mexe com nossos sentidos e emoções.
Voltamos para o centro e andamos por ali a noite toda até ficarmos cansados. Descemos para a pensão e logo dormimos, esta noite nem sonhei, pois, o dia já foi um sonho do qual sempre irei lembrar.
30/12/08, Terça-Feira: Acordamos, arrumamos o mochilão, entregamos a chave ao dono da pensão e ...

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