quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Diversidade e harmonia no Revelando São Paulo

III Festival da Amizade, Jongo de Piquete e Orquestras de Violas movimentam sábado no Revelando São Paulo Entre Serras e Águas de Atibaia

Mantras, batuques, música japonesa e música portuguesa e muita viola caipira, uma mistura de ritmos, cores, línguas, etnias e religiões é o que aconteceu, dia 8 de Janeiro no IV Revelando São Paulo Entre Serras e Águas de Atibaia, com o III Festival da Amizade, Jongo de Piquete e Orquestras de Violas no Parque Edmundo Zanoni.

No III Festival da Amizade estavam presentes: o Grupo Bhaja Mantra Bend de Suzano, o Bon Odori de Atibaia e o Rancho Folclórico Típico Madeirense de Santos.

Filosofia de Vida

A Bhaja Mantra Bend é uma banda que toca mantras, que nada mais são do que canções e versos, sempre louvando a Deus ou o Guru, que é o mestre espiritual. “A banda é constituída por pessoas da Suzano Mandir ou pessoas que fazem parte de uma congregação, que é o meu caso”, explica Krishna Balarama Dás, que recebeu este nome de iniciação espiritual, tem 33 anos e trabalha com comércio.

O Projeto Suzano Mandir foi fundado por Srila Prabhupada e é um meio de vida consciente da existência de Deus. “Diante de Krsna, por que nós praticamos a consciência de Krsna, é uma filosofia que vem da Índia, criada há mais de 5 mil anos atrás. Existe esta cultura, que é uma cultura védica e há algumas décadas atrás veio para o ocidente, esta filosofia de vida da qual fazemos parte”, conta Krishna Mandir.

O cantar dos Santos nomes de Deus ou mantras é o principal processo para descobrir aquilo que gosta e fugir desta vida artificial. “É o que fizemos aqui hoje”, deixa claro Krishna Mandir.

WWW.suzanomandir.com.br

Jongo, Patrimônio Cultural

Em Piquete-SP, dança-se Jongo há mais de 150 anos. “Meus avós dançavam, meus bisavós e tataravós, e dos outros meninos do grupo também. Esta tradição nós vamos passando de pai para filho”, conta Gilberto Augusto da Silva de 48 anos, diretor de escola de segunda a sexta e agitador cultural aos fins de semana.

O Jongo de Piquete também é um Ponto de Cultura, se inscreveram com um projeto em 2009 e em 2010 foi o primeiro ano de execução do projeto. “O projeto na verdade serviu para fortalecer o trabalho que nós já fazíamos e esta é a finalidade do Ponto de Cultura, fortalecer as ações afirmativas que já existem”, esclarece Gilberto Augusto.

Desde 2005, o Jongo é registrado como patrimônio cultural do Brasil. “Nos vimos neste processo em que o registro é a coisa mais importante que alguém pode ter, quando você nasce precisa ir no cartório registrar”, exemplifica Gilberto Augusto, que faz uso de várias tecnologias para preservar sua tradição.

As crianças e jovens do Jongo de Piquete, colocam vídeos e fotos de suas apresentações nas redes sociais. “Nos dias de hoje é muito difícil fazer com que o jovem se interesse pelo que é tradicional, estamos usando a tecnologia para preservar o Jongo”, explica Gilberto Augusto.

Gilberto Augusto é co-autor do livro “Jongo de Piquete Um Novo Olhar” e as fotografias do livro foram recolhidas do próprio povo. “Queremos dar um novo olhar, por que antigamente achavam que era coisa de macumba, no pejorativo. Era assim que se tratava quando dançava jongo. A convite do Ministério nós fomos para a posse de Dilma, já fomos ao Ministério da Cultura da Venezuela, temos viajado para bastante lugares, a partir deste novo olhar”, conta Gilberto Augusto.

A música atravessa os ouvidos dando sintonia ao corpo que não se controla diante dos ritmos. Seja a língua que for, as notas captadas se transformam em comandos, quando nos deparamos, percebemos que todos ao nosso redor dançam no mesmo compasso, um só povo.


Outras Atrações

Grupo tradicional português

Bon Odori de Atibaia

Rancho Folclórico Típico Madeirense de Santos

Orquestra de Viola de Cabreúva

Orquestra de Violas Matutos da Mantiqueira de Joanópolis

Orquestra de Viola de Pedra Bela - SP

Jackson Ricart

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