sexta-feira, 10 de setembro de 2010

7º Fórum das Coisas do Arco da Velha: Oswaldo Guimarães, Neide Rodrigues e Toninho Macedo

O Arco da Velha proporcionou uma visibilidade maior ao folclore, a cultura popular a qual na maioria das vezes não lhe é dada espaço, belíssimo foi o contraste que ocorreu, contadores de histórias, congadas, violeiros e ao mesmo quando saímos do Espaço Café, percebemos que estamos no centro urbano mais caótico do Brasil, São Paulo.
O engenheiro José Oswaldo Guimarães (Presidente da Associação de Criadores de Sacis de Botucatu) falou do saci e de sua importância para o meio ambiente, os criadores de saci ao mesmo tempo que lidam com o lúdico, utilizam-se do mesmo para a preservação da natureza.Uma lenda diz que um garoto foi andando pela floresta e numa clareira encontrou várias crianças brincando de roda, ao voltar para casa contou para sua mãe o quanto se divertiu, sua mãe lhe diz que não existem crianças na floresta, que eram sacis e que não deveria mais ir para longe de casa (note a função social).
O saci faz o caçador se perder na mata e expulsa com barulho, já o curupira atrai para uma armadilha e mata, Oswaldo faz um paralelo "o saci é um ecologista calmo e o curupira é do Greenpeace".O mito depende principalmente da natureza humana, daqueles que sentem medo e apreciam o mistério, o advento da luz elétrica ofuscou estes importantes "ingredientes", o desmatamento e o crescimento urbano expulsaram os animais e com eles o barulho, os mitos precisam do ambiente e das sombras.
A professora Neide contou várias lendas pouco conhecidas como a do Passarinho-sem-fim e do Caboclo D'Água.A lenda do Passarinho-sem-fim é uma das muitas lendas das margens do Tietê, o anu preto (pássaro) é fácil de se localizar já o branco é dificílimo, a lenda diz que é um príncipe que foi transformado por uma bruxa, ela queria se casar com ele, mas, ele não quis, o dia em que uma mulher virgem encontrar este anu se casará com ele, quebrando o feitiço (função social, preservação da virgindade até o casamento).O caboclo d'água aparece na época da piracema (período em que os peixes sobem o rio para desovar), homem com cabeça de leão que vem para assustar os pescadores e preservar a reprodução dos peixes (mais um mito com função social).Toninho Macedo (Presidente da Comissão Paulista de Folclore) falou do Revelando São Paulo, evento do patrimônio material e imaterial da cultura paulista que reúne mais de 450 Folias de Reis, quase 100 Moçambiques, mais uma infinidade de grupos folclóricos, artesanatos e comidas típicas do estado de São Paulo."O homem não vive sem o lúdico, vamos atrás dos nossos sonhos, alimentando a alma, o nosso coração."

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