O Arco da Velha proporcionou uma visibilidade maior ao folclore, a cultura popular a qual na maioria das vezes não lhe é dada espaço, belíssimo foi o contraste que ocorreu, contadores de histórias, congadas, violeiros e ao mesmo quando saímos do Espaço Café, percebemos que estamos no centro urbano mais caótico do Brasil, São Paulo.O engenheiro José Oswaldo Guimarães (Presidente da Associação de Criadores de Sacis de Botucatu) falou do saci e de sua importância para o meio ambiente, os criadores de saci ao mesmo tempo que lidam com o lúdico, utilizam-se do mesmo para a preservação da natureza.Uma lenda diz que um garoto foi andando pela floresta e numa clareira encontrou várias crianças brincando de roda, ao voltar para casa contou para sua mãe o quanto se divertiu, sua mãe lhe diz que não existem crianças na floresta, que eram sacis e que não deveria mais ir para longe de casa (note a função social).
O saci faz o caçador se perder na mata e expulsa com barulho, já o curupira atrai para uma armadilha e mata, Oswaldo faz um paralelo "o saci é um ecologista calmo e o curupira é do Greenpeace".

O mito depende principalmente da natureza humana, daqueles que sentem medo e apreciam o mistério, o advento da luz elétrica ofuscou estes importantes "ingredientes", o desmatamento e o crescimento urbano expulsaram os animais e com eles o barulho, os mitos precisam do ambiente e das sombras.A professora Neide contou várias lendas pouco conhecidas como a do Passarinho-sem-fim e do Caboclo D'Água.
A lenda do Passarinho-sem-fim é uma das muitas lendas das margens do Tietê, o anu preto (pássaro) é fácil de se localizar já o branco é dificílimo, a lenda diz que é um príncipe que foi transformado por uma bruxa, ela queria se casar com ele, mas, ele não quis, o dia em que uma mulher virgem encontrar este anu se casará com ele, quebrando o feitiço (função social, preservação da virgindade até o casamento).
O caboclo d'água aparece na época da piracema (período em que os peixes sobem o rio para desovar), homem com cabeça de leão que vem para assustar os pescadores e preservar a reprodução dos peixes (mais um mito com função social).
Toninho Macedo (Presidente da Comissão Paulista de Folclore) falou do Revelando São Paulo, evento do patrimônio material e imaterial da cultura paulista que reúne mais de 450 Folias de Reis, quase 100 Moçambiques, mais uma infinidade de grupos folclóricos, artesanatos e comidas típicas do estado de São Paulo.
"O homem não vive sem o lúdico, vamos atrás dos nossos sonhos, alimentando a alma, o nosso coração."
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