Através dos emaranhados de fios da cortina
Da janela de vidro do ônibus viajante
Vejo círculos na paisagem transfigurada
Como pólens a cada segundo
Meu corpo adormecido com sonhos de morfina
Invejo a visão em sépia da dama ao lado
No reflexo da janela somos dois
Diferentes, como vogal e consoante
O livre e o preso de mãos dadas
Linhas selvagens correm ao ponto de fuga
Com medo de criar forma depois
Alongam-se ao máximo na linha do horizonte
Conduzem meus olhos numa hipnose
Num vácuo alucinante que me suga
Confortam-me as luzes nostálgicas da noite
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