quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Revelando: O pajé e o menino

O que nos torna pessoas especiais? Qual o seu conceito de sucesso? Qual o segredo de uma vida feliz? Muitos passam a vida toda correndo atrás de tolices e acabam não descobrindo respostas para os principais questionamentos do ser humano, de "olhos vendados" não enxergam que uma história pode ser simples, mas a paixão com que você a vive é o que a torna fantástica. Seguem agora duas histórias fantásticas coletadas no Revelando São Paulo 2010.
Pajé Guaíra é um líder espiritual, tem 68 anos e é da etnia Tupi-guarani, vive em uma aldeia localizada entre Itanhaém e Peruíbe, trabalha com pajelança, curas, ervas medicinais, palestras, eventos, artesanato raiz e toré (ritual indígena tradicional das tribos indígenas do nordeste, é passado oralmente de geração para geração e varia de acordo com a tribo, manifestado em forma de danças e utilizam a jurema "bebida", os significados do rituais são diferentes para cada etnia).
Em suas pajelanças e benzimentos utiliza elementos bem exóticos que vão desde couro de lagarto até a ayahuasca (bebida feita a base do cipó jagube e da folha da chacrona), conta que com suas ervas só realiza curas espirituais e quando questionado sobre o que carregava em seu patuá (saco amarrado com um cordão levado no pescoço) diz "olho-de-cabra, sementes, ervas, entre outros mistérios".
O cacique é o líder da aldeia e geralmente é escolhido através de votação (depende da aldeia) já o Pajé é o dom que o índio recebe, Guaíra revela que teve tuberculose e esteve durante três meses internado em Campos do Jordão-SP, à beira da morte seu único socorro foi a crença indígena, o qual o libertou e hoje vive 24H em contato com a natureza.
Sobre a religião indígena, Guaíra conta "religião que não tem como falar, não tem como exlicar", acredita em um Deus que criou tudo o que vemos, o qual chama de Nhanderú ou Tupã, nos espíritos da natureza.Caoan de Sousa Lima tem 12 anos e faz parte da organização social Abaçaí Cultura e Arte, onde dança Maracatu (tradicional do Pernambuco), Jongo e Batuque, danças cujas tradições tem raízes africanas.
Frequentava uma praça próximo a sua casa e viu uma apresentação do Abaçaí, gostou e resolveu entrar.
Em seu primeiro dia foi Pé-de-coroa (quem dança perto do Rei e da Rainha do Maracatu), no trenzinho em que andávamos rumo ao Parque da Juventude revela "o abaçaí passou a ser parte da minha vida".

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