domingo, 31 de outubro de 2010

5º Festival Municipal de Curta Metragem de Atibaia

“Nós somos o público”, esta é uma frase muito usada no cenário underground audiovisual e que sintetiza de forma muito clara o que o Curta Atibaia vem proporcionar, a democratização do cinema. O 5º Festival Municipal de Curta Metragem de Atibaia ocorreu nos dia 22, 23 e 24 de Outubro, contando sempre na abertura de cada dia com a apresentação sonora da Banda Sapuari, fazendo uma adaptação junto a um DJ e imagens de Atibaia que iam passando pela tela.

Os filmes selecionados para a mostra variaram entre documentários, animações, vídeo-artes e ficção, além do tamanho, pois, haviam curta-metragens e uma nova categoria que foi inserida no festival que é a nanometragem.

As mostras foram divididas em duas sessões, nos dia 22 e 23, e sempre no dia seguinte havia um debate entre os realizadores.


No último dia houve a tão aguardada premiação e os ganhadores foram:


Prêmio de Melhor Curta-Metragem (classificado para o FAIA 2011)

“O TRISTE FIM DO PEQUENO MENINO OSTRA”

Ficção - 06'06” - Atibaia

Direção: Luiz F. G. Beltrami


Prêmio André Carneiro - R$ 2 mil

“POLIAMOR”

Documentário - 14'23” - Nazaré Paulista

Direção: José Agripino

Imagem do filme "Poliamor"Vídeo recebendo o prêmio


Prêmio Euclides Sandoval - R$ 2 mil

“VENHA VER O PÔR-DO-SOL”

Ficção - 15' - Mairiporã

Direção: Paulo Morellato

Imagem do filme "Venha ver o pôr-do-sol"Vídeo recebendo o prêmio


Prêmio Tizuka Yamasaki - R$ 2 mil

“CABINE MÁGICA”

Ficção – Experimental - 13'08” - Atibaia

Direção: Thiago Ricarte


Prêmio César Mêmolo Jr. de Nanometragem (R$1 mil)

“PASSARINHO”

Nanometragem – 0'30''– Atibaia

Direção: Isnard Rocha

Entrevistas durante o evento

"O Curta Atibaia é a janela para as pessoas da região saberem que aqui tem produção audiovisual. Mostrar que tem gente fazendo conteúdo artístico na região mas que muitas vezes eles não tem como publicar, por que não há um canal para isto, então canalizamos toda esta produção aqui em Atibaia."

Caio Brasil - Diretor do Festival


“Faz dez anos que faço teatro e fazer este curta foi um trabalho bem diferente, por que eu não tinha este contato com o cinema.”

Francisco Eulândio da Silva – 27anos

Professor de Teatro em Bom Jesus dos Perdões, atuou no curta

“Meio fio” e participa da peça “Os três porquinhos”


“O curta Os sete pecados capitais, eu mandei para a TV Cultura o ano passado e eles exibiram no Programa Novo, mandei para o Festival de Brasília, foi para a final o que já é um começo, eu não esperava isto, por que foi um trabalho de escola e o Curta Atibaia abre portas para outros festivais.”

Jeferson Prado – 17anos

Diretor do Curta “Meio fio” e “Os sete pecados capitais”

Imagem do filme "Meio fio"

“Em Atibaia sempre se desenvolveu a parte do teatro e o audiovisual acabava sempre ficando de lado, depois de alguns anos surgiu o Festival Internacional e aí começaram os curtas regionais. É importante para nós estar conhecendo quem são essas pessoas que estão fazendo estes vídeos e o tipo de trabalho de cada um. Com relação aos debates é sempre bom ouvir onde erramos para melhorar.”

Marinella Muto – 33 anos

Diretora do Curta “Mirante”, atriz e professora de inglês e português

Imagem do filme "Mirante"

“O Curta Atibaia nós pensamos a cinco anos atrás neste tipo de formato e não pensávamos que iríamos alcançar um resultado tão rápido. Além da participação das outras cidades que ainda está ganhando força, o mais legal é ver diferentes jovens todos os anos e que nem conhecíamos. Este é um festival corajoso por que ele é local e regional, não existe no Brasil festivais de curtas com este formato, apostamos e agora estamos colhendo os frutos, mérito de todo este trabalho sério que foi feito. Com as novas mídias, a internet, vimos que tinha muita gente fazendo filme com celular, colocamos esta categoria no festival para estimular ainda mais aqueles que não tem condições de fazer um curta, mas o nano ele consegue e tem resultados fantásticos.”


Vitor Carvalho – Secretário Adjunto de Cultura e Eventos


“Me ver na tela é maravilhoso, por que com esta idade eu me sinto uma jovem, não importa o papel que fiz, importa que apareci.”

Orlanda de Oliveira Menegetti – 73 anos

Canta no Coral Sertanejo São João Batista, Contadora de Hitórias e

atuou no filme “Meio fio”


"Foi um grande prazer poder mostrar meu documentário no festival de Atibaia. Foi a primeira exibição pública do filme que teve a presença dos amigos de Nazaré.
Além disso, o público do curta Atibaia recebeu o filme muito bem. Foi uma das reações mais calorosas que o filme teve.
No festival também puder conhecer outros realizadores e as algumas pessoas que pensam o audiovisual na região. Por tudo isso, foi muito bom participar do festival.

É muito bom está entre os premiados do Curta Atibaia. Vi muitos filmes interessantes e fico feliz que o meu tenha sido o escolhido como um dos premiados do festival.
Acho que os prêmios dados pelo festival vão ser um grande estímulo para os próximos trabalhos dos realizadores premiados."


José Agripino - Diretor do Premiado "Poliamor"


http://www.atibaia.sp.gov.br/index.asp
http://www.atibaiacultural.com.br/1/

domingo, 24 de outubro de 2010

Galeria Mutante recebe Objeto Amarelo

Exposição Tren chega ao fim com show de Objeto Amarelo

A arte urbana ganha outro ar quando misturada com a música certa e é isto o que aconteceu no Sábado, dia 16 de Outubro na Galeria Mutante. A galeria estava com a mostra Tren, um coletivo produzido pelo americano Jonathan Gall e os argentinos Maurício Rossi e Cesar Trinca. O encerramento contou com a discotecagem de Salvaje e os shows das Animals Crackers in my Soup e Objeto Amarelo.
Matias Picón, além de curador da mostra, é integrante da Animals Crackers in my Soup, banda que tem como curiosidade seus diferentes nomes que sempre mudam a cada show. Já o Objeto Amarelo, é um projeto de música experimental onde Carlos Issa, músico e artista visual paulistano, único integrante do projeto, controla o som e efeitos de Guitarra, Voz, Bateria Eletrônica, Efeitos FX, Sintetizadores e Ableton Live.
Carlos Issa do Objeto Amarelo

Confira a entrevista com Carlos Issa do Objeto Amarelo:

Como começou o Objeto Amarelo?
“O objeto amarelo sou só eu, gravo os cd’s e comecei em 99. Quando gravei o primeiro cd, usei uma bateria eletrônica, microfone e peguei uma guitarra emprestada. Eu morava numa república, a casa esvaziou e foi a única vez que a casa ficou vazia em 5 anos, por que sempre tinha uma multidão lá. Montei as coisas na sala, fiz um estúdio portátil, gravei umas músicas e levei para a Argentina por que me convidaram para uma exposição lá, meu amigo César, ainda em 99. Mostrei a gravação e ele já tinha um selo, a 72 Records que gostaram e dividimos os custos do primeiro disco, o OA.
No ano seguinte eu lancei um disco um pouco maior, o Panzertunel, com gravações que fomos fazendo, lancei pela Bizarremusic que é um selo lá de São Paulo. Depois lancei Deus da Pedrada, Veloz2volks, etc.
Em 2009 fiz um selo para lançar os discos por conta própria, a POAP, fiz 3 o ano passado, Sinais de Fumaça, cd com que me apresentei no Centro Cultural São Paulo numa múltipla exposição, ocupando suas bibliotecas e conexões. O segundo foi União Fraterna, gravado ao vivo no clube tradicional em São Paulo de Bossa Nova que leva o mesmo nome do cd. O terceiro se chama Trapézio e é em estúdio normal.”

Como surgiu a oportunidade de tocar na Galeria Mutante?
“Já conheço o Matias há algum tempo, nós tocamos em Atibaia quando era uma banda com três pessoas em 2005 por que ele estava abrindo um centro cultural, onde fez uma exposição e acho que foi sua primeira curadoria, ele convidou para esta mostra, por que tem amigos que estão expondo, o Jonathan também faz som comigo em outra banda.”

Qual sua expectativa com o show?
“A expectativa é sempre a mesma, como em todos os shows, não muda muito, vamos resolver o show de acordo com o lugar e tentar fazer a conversa funcionar direito com as pessoas, o equipamento com o espaço da cidade, sempre uma adaptação.”


Fonte: http://www.noropolis.net.org/
www.myspace.com/objetoamarelo

Galeria Mutante – Atelier Undergrude
Rua Visconde do Rio Branco , 101 - Antigo Café do Paulão (atrás da igreja)
Centro - Atibaia - SP

domingo, 17 de outubro de 2010

Arte e política se misturam

Arte é visão, mostrar aquilo que sempre esteve ali, mas, ninguém nunca reparou, no Parque Ibirapuera sempre acontece diversas exposições distribuídas pelos seus muitos pavilhões.

O Pavilhão das Culturas Brasileiras está com a Exposição Puras Misturas e a Exposição Transfer, o MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo que entre as muitas obras está com a da artista Rochelle Costi e o Pavilhão Ciccillo Matarazzo com a polêmica 29ª Bienal de São Paulo.

A Exposição Puras Misturas se trata da história do estudo da cultura popular, fala de grandes nomes como Mário de Andrade e Rossini Tavares de Lima, a missão, foi o nome dado a primeira pesquisa a fundo neste tema tão rico, na exposição pode ser visto artefatos recolhidos durante a pesquisa.

Dentre as diversas obras do MAM, destaque para a artista Rochelle Costi, com a obra Pele (2010), uma padronagem que parece decorativa, mas, se observada mais de perto vemos pés de galinha, um contraste entre o conforto do lar e o horrendo elemento utilizado.

A 29ª Bienal está dando o que falar, Gil Vicente se desenhou ameaçando diversas figuras públicas com armas (obra Inimigos), obras que segundo a OAB-SP fazem apologia ao crime e quase foram retiradas da exposição, o artista Nuno Ramos que colocou urubus de verdade em suas torres de metal estava sendo muito criticado por ambientalistas (obra Bandeira Branca), mas os urubus já voltaram para seu cativeiro e sem falar das obras do argentino Roberto Jacoby que foram cobertas por serem consideradas propaganda política (obra El Alma Nunca Piensa Sin Imagen).

Zé Celso marcou presença com uma intervenção cultural que misturava mitos e recursos arrojados, mostrava o profano e ainda havia a crítica política, justamente o tema de reflexão desta bienal, arte e política caminham juntas e possuem uma relação de mutualismo.


http://www.parquedoibirapuera.com – Mais informações

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Revelando: O pajé e o menino

O que nos torna pessoas especiais? Qual o seu conceito de sucesso? Qual o segredo de uma vida feliz? Muitos passam a vida toda correndo atrás de tolices e acabam não descobrindo respostas para os principais questionamentos do ser humano, de "olhos vendados" não enxergam que uma história pode ser simples, mas a paixão com que você a vive é o que a torna fantástica. Seguem agora duas histórias fantásticas coletadas no Revelando São Paulo 2010.
Pajé Guaíra é um líder espiritual, tem 68 anos e é da etnia Tupi-guarani, vive em uma aldeia localizada entre Itanhaém e Peruíbe, trabalha com pajelança, curas, ervas medicinais, palestras, eventos, artesanato raiz e toré (ritual indígena tradicional das tribos indígenas do nordeste, é passado oralmente de geração para geração e varia de acordo com a tribo, manifestado em forma de danças e utilizam a jurema "bebida", os significados do rituais são diferentes para cada etnia).
Em suas pajelanças e benzimentos utiliza elementos bem exóticos que vão desde couro de lagarto até a ayahuasca (bebida feita a base do cipó jagube e da folha da chacrona), conta que com suas ervas só realiza curas espirituais e quando questionado sobre o que carregava em seu patuá (saco amarrado com um cordão levado no pescoço) diz "olho-de-cabra, sementes, ervas, entre outros mistérios".
O cacique é o líder da aldeia e geralmente é escolhido através de votação (depende da aldeia) já o Pajé é o dom que o índio recebe, Guaíra revela que teve tuberculose e esteve durante três meses internado em Campos do Jordão-SP, à beira da morte seu único socorro foi a crença indígena, o qual o libertou e hoje vive 24H em contato com a natureza.
Sobre a religião indígena, Guaíra conta "religião que não tem como falar, não tem como exlicar", acredita em um Deus que criou tudo o que vemos, o qual chama de Nhanderú ou Tupã, nos espíritos da natureza.Caoan de Sousa Lima tem 12 anos e faz parte da organização social Abaçaí Cultura e Arte, onde dança Maracatu (tradicional do Pernambuco), Jongo e Batuque, danças cujas tradições tem raízes africanas.
Frequentava uma praça próximo a sua casa e viu uma apresentação do Abaçaí, gostou e resolveu entrar.
Em seu primeiro dia foi Pé-de-coroa (quem dança perto do Rei e da Rainha do Maracatu), no trenzinho em que andávamos rumo ao Parque da Juventude revela "o abaçaí passou a ser parte da minha vida".

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Revelando: O folião e o artista

Povos, culturas, línguas, sotaques, vestimentas, culinárias, as diferentes representações destas características formam o ser humano e o XIV Revelando São Paulo no Parque Vila Guilherme-Trote, que aconteceu do dia 10 a 19 de Setembro , foi um "prato cheio" para conversar com pessoas interessantes e nessa postagem será falado sobre duas delas.
Juvelino Rodrigues dos Santos participa a 12 anos da Folia de Reis de Divevéia, Jardim Pê em São Bernardo do Campo-SP, cujo nome é "Os três reis magos", folia a qual existe desde 1984 e é produzida por José Alves.
Juvelino conta que as únicas diferenças entre as folias são as fardas, os versos e as coroas, pois, a engrenagem que move tudo isto é apenas uma, a devoção, quanto a tradição de se jogar moedas a eles, uma homenagem.João Cândido da Silva é pintor e escultor, seu trabalho já esteve na França com 3 palestras e 18 exposições, junto com patrocinadores e mais 12 artistas, entre eles José Candreiro e Conceição Caó que possui um museu em Pernambuco que leva seu nome.Para esculpir João Cândido prefere madeiras mais macias como o magno e a canela, sendo que a canela possui mais de 13 famílias e quanto as suas pinturas vende a um preço bem mais baixo do que as galerias para as quais ele passa suas obras.